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Servidores protestarão em frente ao Mpog

Uma enxurrada de bem fundamentadas denúncias vai ser despejada pelos servidores federais contra o governo. Documentos estão sendo detalhadamente preparados, expondo desde promessas eleitorais jogadas para debaixo do tapete a recursos empenhados no Orçamento da União, ano a ano, para aumentos salariais, e desviados em seguida para engordar o superávit primário (economia para pagar os juros da dívida pública), além do sucateamento de órgão públicos, por falta de obras de infraestrutura.

O grito de alerta será dado na quarta-feira (5), a partir das 9 horas, em frente ao Ministério do Planejamento (MPOG), comando por Miriam Belchior, por trabalhadores de diferentes esferas. Eles querem uma audiência – solicitada desde 24 de janeiro, quando foi protocolada a campanha salarial de 2014 com demandas do Executivo, Legislativo e Judiciário – e não descartam uma greve nacional. A iniciativa, no entanto, pode ser frustrada. De acordo com a assessoria de imprensa do MPOG, “até ontem, não havia previsão na agenda da ministra para encontro com sindicalistas”.

Segundo Sérgio Ronaldo da Silva, diretor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef, representa 80% do funcionalismo), a estratégia de colher dados estatísticos é importante porque vai provar que o governo acusa os trabalhadores de tentar descumprir contrato assinado em 2012 – garante aumento linear de 5% até 2015 – mas não honra a palavra anteriormente empenhada.

“As entidades nacionais vão concentrar forças e pressionar”, afirmou Silva. Os servidores, no entanto, preferem fazer segredo sobre as cartas que têm na manga. “Cada categoria está fazendo seu levantamento. Apresentaremos os números no momento apropriado”, contou João Maria de Oliveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Agências Reguladoras (Sinagências).

O governo terá ainda que conviver com outras revelações. Na sexta-feira, policiais federais farão um ato simbólico de “pendurar as algemas”, segundo presidente da federação da categoria (Fenapef), Jones Leal. “Nossa campanha de denúncias vai mostrar a situação das instalações da PF”, prometeu Leal. Em 9 de abril, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) já marcou um ato para forçar Dilma a cumprir a pauta de 2013.

Para a presidente da Associação Nacional dos Analistas e Especialistas em Infraestrutura (Aneinfra), Martha Martorelli, essas tensões poderiam ter sido evitadas. “Bastaria cumprir a lei. Cerca de 120 concursados de 2012 ainda recebem 80% do salário. O governo deveria fazer a avaliação para a contratação final, mas empurra o caso com a barriga”, reclamou.

Fonte: Blog do Servidor – Correio Braziliense