Os voos que chegam ao Brasil continuam sendo monitorados pela Anvisa nos pontos de entrada do país. A ação vem sendo promovida pela Agência desde o início do ano e antes mesmo da detecção do primeiro caso do novo coronavírus em território nacional.
Com a alteração da situação da doença e o início da transmissão comunitária no Brasil, as ações da vigilância sanitária de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados estão voltadas para medidas de orientação. Essas informações incluem a indicação de isolamento de pessoas com sintomas e os cuidados de proteção, como higienização frequente das mãos e etiqueta respiratória.
As medidas não incluem a medição de temperatura de forma aleatória, já que essa ação é pouco efetiva e aumenta o risco de aglomerações nos aeroportos.
A equipe da Anvisa também avalia todos os passageiros com suspeitas e que relatam sintomas de Covid-19. Os casos suspeitos são encaminhados para o atendimento de saúde local, segundo as diretrizes do Plano de Contingência do ponto de entrada.
A medição de temperatura para todos os passageiros não vem sendo empregada pela Agência já que a medida não tem fundamento científico e não está entre as medidas previstas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e internalizadas no Brasil pelo Ministério da Saúde (MS), conforme Nota Técnica 30/2020 da Anvisa, de 20 de março de 2020.
A medição é adotada somente nos casos suspeitos.
As ações da Anvisa são baseadas em conhecimento técnico-científico da literatura e planejadas com foco na eficácia das medidas implementadas. Por isso a aferição de temperatura em todos os passageiros, que estudos e experiências de outros países demonstram ter baixa eficácia, não tem sido adotada pela agência.
A detecção de alteração de temperatura só seria possível se o passageiro estivesse manifestando os sintomas no exato momento do desembarque, podendo ainda ser mascarada pelo período de incubação da doença ou pelo uso de medicamentos antitérmicos. Além disso, o aparecimento de febre pode ser relacionado a outros fatores clínicos do viajante, não relacionados à Covid-19.
Esse tipo de abordagem pode acarretar ainda o aumento da exposição das pessoas e ambientes no aeroporto, aumentando o risco de disseminação do vírus.
A estratégia do Brasil nos aeroportos inclui: 1) monitoramento das comunicações feitas pelos comandantes de aeronaves sobre a saúde a bordo; 2) investigação de denúncias; 3) divulgação intensiva de orientações e cuidados aos trabalhadores aeroportuários; e 4) inspeção da intensificação de limpeza e desinfecção das aeronaves, entre outras atividades.
A orientação para os passageiros que chegam ao país, independentemente do seu destino, é que observem as orientações de distanciamento social e comuniquem qualquer anormalidade de saúde ao serviço de saúde mais próximo, ou que solicitem informações pelo telefone 136 do Ministério da Saúde.
Destacamos que atualmente todos os voos são considerados como procedentes de países com casos de Covid-19, já que estamos em um cenário de pandemia.
Fonte : ASCOM/ANVISA