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´É IMPOSSÍVEL A ANP GASTAR TANTO DINHEIRO´, DIZ MINISTRO

O ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, defendeu nesta sexta-feira, 6, mudanças na lei que define a dotação orçamentária da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Segundo ele, "a lei está errada" ao direcionar tantos recursos para o órgão regulador. Há dois dias, o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, reclamou em Brasília do contingenciamento de verbas promovido pelo governo.
 
"É impossível a ANP gastar tanto dinheiro", disse Hubner, calculando em R$ 2 bilhões o repasse previsto, em lei, para a agência. "O que está errado é a lei, precisamos mudar isso, deputado", comentou, dirigindo-se ao deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ), que assistia seu discurso.
 
"Podemos direcionar parte desses recursos para setores que também têm necessidade", completou o ministro, que participou de seminário sobre biocombustíveis promovido pela BR.
 
Energia nuclear
 
Hubner afirmou também que novas usinas nucleares, além de Angra 3, só serão construídas no Brasil se os empreendimentos disputarem os leilões do governo. A energia de Angra 3 será rateada compulsoriamente entre todas as distribuidoras, mas novas centrais previstas pela Empresa de Planejamento Energético (EPE) terão de disputar leilões.
  
"Precisamos mudar a legislação para que, no futuro, a energia nuclear possa entrar nos leilões. As próximas centrais só existirão se puderem disputar leilão", afirmou.
  
A EPE prevê a construção de quatro novas usinas até 2030. Segundo o ministro, porém, a energia nuclear já é competitiva com relação a outras fontes se os reatores operarem na base. No ano passado, a nuclear foi a segunda fonte que mais gerou energia no Brasil, batendo na disputa por preço fontes como o gás natural e o carvão. Para Angra 3, porém, o rateio será feito de acordo com o tamanho do mercado de cada distribuidora.
 
Hubner disse que o governo trabalha agora na revisão dos contratos assinados para a usina na década de 80 e na reavaliação dos cálculos de preços. A usina deve entrar em operação em 2013.
 
Fonte: Estadão